Já Não se Escrevem Cartas de Amor - Mário Zambujal

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Duarte é um apaixonado. Um apaixonado pela vida, pelo romance e pelas noites da Lisboa dos anos 50. Aqui, neste fantástico livro de Mário Zambujal, ficamos a conhecer a história dessa personagem que se cruza com a da capital dos tempos das matinés e dos chás-dançantes, e o seu amor (à primeira vista, como se quer quando o amor é verdadeiro) por Erika, uma loira memorável e angelical.

Será este um amor para durar, ou apenas o encanto de um bon vivant por uma jovem inocente? É isso que vamos tentar descobrir ao longo da narrativa, mas que apenas no final saberemos realmente.

Zambujal leva-nos num passeio ligeiro pela inocência dos anos 50, numa Lisboa de que já poucos se lembram. A clareza e simplicidade da sua escrita embalam o leitor como se este estivesse a ler um diário de um amigo de longa data, cheio de memórias, amores e aventuras.

Para as gerações modernas, todo o romantismo e toda a delicadeza da arte antiga de cortejar uma mulher, soa a estranho e até a cómico por vezes. Para as gerações mais sábias, de outros tempos, este livro refresca a memória dos excessos simples de um bom convívio no Chave d'Ouro ou da importância sensual de um simples mostrar de pernas numa ida ao cinema.

Muitos julgarão impossível que se tenha saudade de um tempo que não se viveu, mas a obra "Já Não se Escrevem Cartas de Amor" é capaz despertar em todos o saudosismo inesperado que nasce do desejo de ter conhecido a Lisboa desses tempos e as suas gentes.

Uma obra fantástica.


Já Não se Escrevem Cartas de Amor
De: Mário Zambujal
Ano: 2008
Editora: A Esfera dos Livros
Páginas: 190

A nossa pontuação: ★★★

Disponível no site Wook.

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