Curiosidades literárias da minha vida : Henry Miller

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ATENÇÃO! Esta publicação refere temas que devem ter bolinha vermelha no canto.


Bem... caso andem distraídos, o meu nome é Cusca, Naturalmente Cusca. E é o que sou, isso mesmo, sem tirar nem pôr. No entanto, sou também muito inocente e umas tantas vezes ingénua, características apenas ultrapassadas pela minha fértil imaginação. Deverão ter em conta estas informações quando vos contar mais esta curiosidade literária da minha vida...

Fui abençoada por viver numa casa com bastantes livros, títulos dos mais diversos faziam parte da decoração das estantes. Tinha por hábito dedilhar as lombadas à procura de algum que me chamasse à atenção. Assim fui passando a infância, entre os clássicos da literatura inglesa que pedia à minha mãe e os da literatura portuguesa que lá por casa já haviam.

Quando fui para a faculdade, longe da terra onde nasci, levei comigo os meus melhores amigos: os livros. Um deles era um livro meio gasto, cujo autor desconhecia, e que eu, meio tosca que sou, pensava ter o título "Jexus" (as letras do livro eram desenhadas!). Imaginava eu que era, então, uma história ficcional sobre Jesus, e que na capa a mulher representava Eva e a estátua um filósofo...

Certo dia decido começar a ler esse livro, tudo muito bem a início, mas imaginem a coloração das minhas bochechas quando percebo o que estou REALMENTE a ler : "Sexus", Henry Miller. O primeiro da trilogia composta por mais o "Plexus" e o "Nexus". Que vergonha...

Para quem não conhece (coisa que deve ser rapidamente corrigida), Henry Miller é o mais cru de todos os autores, roçando a pornografia no seu conteúdo erótico, ao mesmo tempo que consegue tecer das mais profundas considerações sobre a condição humana do indivíduo nas suas divagações.

O "Sexus" é um livro que se pensa autobiográfico, repleto de pensamentos e incursões sexuais que fazem parte da vida do génio que é o Miller com a sua primeira mulher (e mais umas quantas mulheres pelo caminho).

Pois, portanto... não era um livro sobre Jesus e a mulher da capa não era a Eva... e não há lá nenhuma Imaculada Conceição, isso vos garanto. Podem ir ler e confirmar. Se gostarem, além da trilogia que refiro, aventurem-se no "Opus Pistorum"... e quando digo aventurem-se, é mais no sentido de "preparem-se para ficar completamente perturbados". Não digam que não avisei.






Nota para os meus pais - Papá e Mamã, perdoem qualquer coisinha sobre a categoria dos livros, mas prometo que os li sempre na óptica da análise literária e que corei bastante nas partes mais picantes. Juro.

2 comentários:

  1. A imagem diz tudo! Essa edição devia ser a mesma que havia lá por casa e o meu pai fechava a sete chaves. :-)
    (mas a nossa dava para perceber o nome!)

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    1. Esta edição também dava! A minha inocência juvenil deve ter distorcido as letras :D é a única justificação que encontro: os olhos leram o que queriam ler e não o que lá estava :D

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