A Guerra dos Mundos - H. G. Wells

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Um dia, contra todas as expectativas, um cilindro aterra, vindo do espaço. As pessoas juntam-se à sua volta, verbalizam as suas dúvidas e, finalmente, assistem à abertura do estranho objecto. O que vêm sair de lá é algo que nunca viram. São seres vivos, sim, mas não se parecem com nada do que conhecem; não sabem se estão ali por bem ou não, ou qual vai ser a reacção destes estranhos seres que se parecem com uma bola escura e com pouca mobilidade.

A curiosidade do narrador transforma-se em terror quando tudo à volta começa a ser devastado por aquilo a que veio chamar o Raio da Morte, invisível mas mortífero. Não sobrou ninguém para contar a história a não ser ele, que conseguiu fugir. Os corpos amontoados e os arredores em chamas não são suficientes para que, quando chega à cidade, acreditem nele.

Mas mais cilindros descem dos céus, e o povo, primeiro céptico, cedo entra em debandanda quando vêem chegar objectos metálicos com uns trinta metros de altura, suportados por tripés que fazem lembrar trombas de elefante e que destroem tudo à sua passagem. A Inglaterra torna-se pior do que um cenário de guerra (pelo menos numa guerra há a hipótese da vitória), onde todos procuram um lugar seguro para estar e mantimentos para sobreviver mais um dia.

Este livro é simplesmente um pedaço de história. Foi escrito antes sequer de existirem aviões e é de um futurismo assustador. É um dos primeiros livros de ficção científica e é um dos primeiros, senão o primeiro, a falar sobre uma invasão extraterrestre. Criou a primeira visão do que seriam os marcianos, e ainda inspira, nos dias de hoje, o cinema e outras formas artísticas.

Também é interessante ler sobre a invasão marciana nesta história escrita no fim do séc. XIX porque a narrativa é completamente diferente daquilo a que estamos habituados. Os clichés a que estamos acostumados simplesmente não existem. Por exemplo, não haviam telemóveis e mesmo os carros eram raros ou até inexistentes, e é bastante interessante assistirmos ao desenrolar dos acontecimentos e ao conhecimento do narrador através apenas de rumores e conversas esporádicas. Os parcos meios para escapar ao caos e a incerteza de tudo, incluindo saber quem está vivo ou morto, tornam o cenário ainda mais inacreditável para nós, o leitor do séc. XXI.

Não podemos falar neste livro sem mencionar outro facto histórico - quando foi lido por Orson Wells, já em 1938, na rádio, os ouvintes tomaram a narrativa como sendo real e gerou-se o verdadeiro pânico nas ruas. Um apontamento que hoje nos parece surreal mas que marcou a rádio para sempre.

O livro inspirou dezenas de filmes, programas de televisão, de rádio, bandas desenhadas,  jogos e teatro. O primeiro filme data de 1953 e todos devem lembrar-se do protagonizado por Tom Cruise e realizado por Steven Spielberg em 2005.

A Guerra dos Mundos
De: H. G. Wells
Ano: 1898
Páginas: 192
Editora: Verbo

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.

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