Menos Que Zero - Bret Easton Ellis

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Um grupo de jovens amigos, de boas famílias, endinheirados, passam a vida enfiados em bares e discotecas, ou em festas nas casas uns dos outros, enquanto tomam todo o tipo de drogas. Fumam charros, usam cocaína, dão no cavalo, tomam pastilhas, metem metadona, enfim, tudo o que estiver disponível. O narrador é um desses jovens, que relata os vários encontros como se tudo fosse trivial, enquanto tem flashbacks da sua "antiga" vida, quando os avós eram vivos e a sua família ainda não estava "partida". Ele está temporariamente de volta à sua terra para passar o Natal, vindo da Universidade, reencontra estes amigos e conhecidos e com eles vai preencher os seus dias.

Isto seria um bom ponto de partida. A crueza destes assuntos interessa-me sobremaneira, mas a questão é que não passa disto. Os amigos andam de um lado para o outro, drogam-se, fazem maluqueiras, dormem uns com os outros, e é só. Não há um volte-face, um clímax, nada. São cento e tal páginas destas descrições que, embora sejam interessantes e relatem uma realidade fria, tornam-se monótonas e demasiado previsíveis. Compreendo que seja o cru retrato de uma geração que se perdeu para sempre, mas para mim foi desprovido de emoção e de acção.

Esperava muito mais do autor de "American Psycho", ainda para mais depois de ter lido tantas opiniões positivas louvando a irreverência e a controvérsia. Para mim, o livro não é menos que zero, mas anda lá perto. Foi aborrecido e é daqueles casos raros em que estava desejosa de chegar ao fim apenas para passar ao próximo livro o mais rápido possível. Lamento, Bret, mas não atingi.

Menos Que Zero
De: Bret Easton Ellis
Ano: 1985 (reedição de 2010)
Páginas: 168
Editora: teorema

A nossa pontuação: ★★☆☆☆
Disponível no site Wook.

4 comentários:

  1. Lembro-me de ter lido este livro quando foi publicado em Portugal pela primeira vez, quase em simultâneo surgiam também "As Mil Luzes de Nova Iorque" do Jay McInerney e o "Dança em Família" do David Leavitt e tornei-me leitor dos livros destes três cavalheiros.
    Já reli por diversas vezes, ao longo dos anos, os livros deles, sendo o McInerney o meu favorito dos três escritores mencionados.

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  2. Gostei muito do livro do Leavitt que li, tenho de ler mais, fiquei com muita curiosidade.
    Gostou desde do Ellis? Para mim foi a desilusão do ano, até agora!

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    1. Li o livro quando saiu na época, meados dos anos oitenta, edição da Teorema com capa do Jorge Colombo, ainda o tenho e gostei (entretanto passaram 30 anos). Na época fez furor, mas estas personagens existem, são gente de carne e osso e o filme que foi feito deu-nos a conhecer um excelente actor, então um desconhecido, chamado Robert Downey Jr.

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  3. É engraçado que esta foi a segunda vez que li o livro e da primeira vez gostei, ao contrário de agora. Obrigada pela visita!

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