O irresistível cheiro dos livros velhos

Mas qual é o amante de livros que não gosta de dar uma boa 'snifadela' em livros velhinhos? O cheiro a livro velho é das coisas que mais gosto. Faz-me pensar nas pessoas que já lhes pegaram antes de mim, que se deleitaram e passaram horas com eles. É um cheiro 'que cheira' a companhia, a pessoas, e aos anos, a histórias eternas passadas de mão em mão. E o deleite duplica quando se trata de um livro que já viveu mais anos do que eu. Mas parece que afinal não é só isso.

O prazer deste cheiro afinal pode ser explicado cientificamente. Ao que parece, a polpa de madeira, a partir do qual as páginas são feitas, quando exposta aos elementos - à humidade, luz, calor... - liberta compostos orgânicos voláteis que se espalham através do odor e os nossos livros velhos podem então libertar aromas adocicados, como a baunilha ou a flores. São cheiros que provocam o bem-estar e que associamos a sentimentos positivos, e por isso não resistimos ao cheirinho a livro velho.

Livros antigos despertam-me um respeito reverente. São peças que perduram e sobrevivem aos tempos, e esse pormenor do cheiro é a cereja no topo do bolo. Na biblioteca pareço um cão farejador...

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