Uma Coluna de Fogo - Ken Follett

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Mais do que tudo, o mais recente livro de Ken Follett é um documento histórico de um rigor extraordinário, que em quase 800 páginas nos transporta para o período entre 1558 e 1620, na Europa. As divergências religiosas entre católicos acérrimos e protestantes são o centro da trama, que acompanha o antes, durante e depois do reinado de Isabel I.

A rainha inglesa, protestante, tentou ao máximo, durante décadas, parar as mortes decorrentes das diferenças religiosas, dando liberdade de escolha ao povo para praticar a religião como bem entendesse. Isto foi uma mudança radical e inaceitável para muita gente, inclusivé para os povos dos outros países da Europa, que gerou tumultos, guerras, conspirações, atentados, que acabaram por resultar, na mesma, em muitas mortes.

No centro da acção está Ned Willard, que acompanhamos desde o tempo em que era um jovem com um amor impossível, até se tornar no homem mais importante a trabalhar para a rainha Isabel. Simpatizamos imediatamente com este homem cujo sentimento de justiça é dos mais nobres que iremos encontrar na literatura.

Por falar nas personagens, como devem imaginar, num épico desta dimensão, são centenas. Tantas, que o autor até decidiu colocar um glossário de personagens logo à partida da narrativa para não perdermos o fio à meada. Apesar da imensidão, cada uma é construída de forma exemplar e nada é deixado ao acaso.

As descrições dos cenários, das cidades, das viagens, das batalhas, são exímias. Ken Follett é perito em manter-nos presos à narrativa e esta não é excepção. Não é dos livros mais brilhantes que já lhe li - talvez pelo rigor histórico que não deixa muita margem para nos deixarmos levar pela imaginação - mas é uma leitura super aconselhada, especialmente pelos apaixonados por História.

Uma Coluna de Fogo
De: Ken Follett
Ano: 2017
Editora: Editorial Presença
Páginas: 768

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.



Livro da pesada: este grande exemplar qualifica-se para a categoria de Livros da Pesada. E como tal, usaria-o muito bem para atirar à cabeça aqueles que odeiam, que olham de lado, que recriminam, quem tem uma religião diferente. Como podem ver, é uma luta que dura há demasiado tempo. E não faz sentido. As religiões são como as opiniões e como os cus - cada um tem o seu. Respeitem o cu alheio!

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