A Mulher de Trinta Anos - Honoré de Balzac

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Ora aqui está um clássico intemporal imperdível. O livro, lançado em 1842, conta a história de Júlia em várias fases da sua vida. Está dividido em seis partes, cada uma correspondendo a uma idade e fase desta mulher que carrega em si um peso enorme do início ao fim.

Contrariando os conselhos do pai, casa com o homem errado
Ainda era uma jovem quando se apaixonou pelo coronel Vitor D´Aiglemont. Contra todos os avisos do pai, que tentou por todos os meios dissuadi-la de o fazer, acabou por casar com ele, e não demorou muito até dar razão ao progenitor. Viu-se presa num casamento sem cor com um homem de integridade duvidosa que não fazia o mínimo esforço para compreender a mulher.

Um jovem inglês misterioso aparece na sua vida
A um certo momento, um jovem inglês aparece na vida de Júlia, que fica lisonjeada por aquilo que parece ser um interesse romântico por ela, mas nada ela pode fazer, afundando-se num sentimento de obrigação e lealdade perante o marido. Infeliz, prossegue a sua vida até o inglês aparecer de novo, desta vez tornando-se um amigo da família e, como tal, mais perto do coração de Júlia.

A vida de Júlia prossegue com um grande peso
Os anos vão passando, Júlia e o marido vão-se evitando, mudam várias vezes de local devido às exigências da guerra, e até acabam por ter filhos. Mas vivendo vidas cada vez mais separadas, Júlia apaixona-se novamente por outro homem, mas uma grande desgraça vai bater-lhe à porta, atirando-a ainda mais para o abismo e nada parece fazê-la conseguir sorrir de novo. Vemos as décadas passar por esta mulher à medida que os filhos vão crescendo e algumas pessoas à sua volta vão desaparecendo.

Gosto destas histórias trágicas e que retratam tempos bem diferentes daqueles que vivemos. Aqui, principalmente, quando a mulher era abalada pela infelicidade mas escolheu uma vida recatada, calma e serena, aceitando a sua depressão, fazendo esta já parte da sua personalidade. As descrições, tanto dos vários cenários, das casas, das roupas, e também, claro, dos sentimentos, são de um realismo fantástico e raro. A narrativa é densa mas nunca baixa o ritmo, pelo que não se torna cansativa.

A nota final tem de ser dirigida ao foro psicológico desta personagem feminina, numa abordagem rara em que esta é vítima mas ao mesmo tempo a culpada da sua depressão. Punindo-se a ela primeiro, e aos que a rodeiam depois, carrega uma aura de mártir desnecessária que nem a sua beleza consegue esconder.

A Mulher de Trinta Anos
De: Honoré de Balzac
Ano: 1842
Editora: Difel
Páginas: 180

A nossa pontuação: ★★★★☆
Disponível no site Wook.

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